Após iniciar o ano com perspectiva positiva para o setor, a Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) estimou nesta segunda-feira (8) que a produção de transformados plásticos do Brasil deve cair 2,7% em 2014 e avançar apenas 1% em 2015, em linha com a expectativa de expansão da produção industrial brasileira.
A produção física do setor de plásticos deve somar 6,24 milhões de toneladas neste ano, voltando ao patamar de 2010, e exibir apenas ligeira alta, para 6,3 milhões de toneladas, em 2015.
Segundo o presidente da Abiplast, José Roriz Coelho, a queda da produção neste ano se concentrou no segundo e no terceiro trimestres, quando recuou 7% ante o mesmo período de 2013, apesar dos períodos registrarem tradicionalmente melhores volumes.
“É uma queda que surpreende, ao longo do ano imaginamos crescimento. Pensamos que a Copa ia puxar o consumo, mas nada aconteceu”, disse Coelho.
Na sua avaliação, o desempenho negativo do setor reflete o exibido na maioria dos setores da indústria. “Os consumidores perceberam que estamos em crise e diminuíram o consumo”, disse.
Em 2015, na visão da Abiplast, a indústria pode iniciar sua recuperação, dependendo de eventuais ajustes do governo na economia, mas deve continuar enfrentando problemas relacionados a energia, água e baixo crescimento.
Apesar de um dólar mais valorizado ante o real, que poderia favorecer exportações, a Abiplast apontou que o preço de matérias-primas para a indústria deve aumentar. “Na matéria-prima, temos poucos fornecedores, que repassam o câmbio com facilidade, mas nós temos dificuldade para repassar isso para as empresas”, afirmou Coelho.
Por outro lado, os maiores preços da energia por conta da baixa pluviosidade podem favorecer o setor no ano que vem. A expectativa é de uma maior substituição por parte da indústria de materiais cuja produção consome mais eletricidade, como o alumínio, o aço e o vidro, pelo plástico.
CONSUMO
A Abiplast informou ainda que o consumo aparente de transformados plásticos deve recuar 1,7%, para 6,78 milhões de toneladas, em 2014 e o faturamento deve ficar em R$ 66,66 bilhões, baixa de 6,45% sobre 2013.
Para 2015, a expectativa é de estabilidade no nível de faturamento e crescimento de 2% no consumo aparente, a 6,9 milhões de toneladas, reflexo do aumento esperado de 6% das importações.
O deficit na balança comercial do setor deve aumentar 8%, com as importações avançando em ritmo mais expressivo que as exportações, cuja alta esperada é de 0,5%.
O deficit deve terminar este ano em US$ 2,59 bilhões, ou 540 mil toneladas.
Fonte: Folha