Indústria queria corte de 50% no IPI, mas vê os 25% prometidos por Guedes como primeiro passo

Ministro declarou nesta terça que governo prepara redução de tributo e setor diz que pleito segue na pauta

O corte de 25% no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse estar sendo preparado pelo governo fica muito abaixo do patamar que a indústria vinha pedindo, de reduzir o tributo em 50% ou até zerar.

Apesar de não atender às expectativas, a fala do ministro nesta terça (22) foi bem recebida por representantes empresariais de diversos setores.

Fernando Pimentel, presidente da Abit (associação da indústria têxtil e de confecção), afirma que a direção é correta e, se acontecer, terá o apoio do setor.

“Será a melhor indicação que algum governo poderia dar, porque, até agora, os governos só fizeram aumentar a carga. Seria a primeira vez que teríamos não só um não aumento, mas uma redução. É obvio que queríamos que zerasse, que não existisse o imposto de produtos industrializados, porque só existe contra a indústria, mas é um primeiro passo. Se vier 50%, melhor. Se vier 25%, será aquém do que gostaríamos, mas será um passo relevante, que não foi dado nos últimos anos, salvo temporariamente e para alguns setores em momento de crise. Será muito bem-vindo o corte, principalmente pelo indicador e, claro, pela redução de custos e barateamento dos produtos para o consumidor final”, afirma Pimentel.

O ex-ministro da Fazenda do PT, Guido Mantega, também cortou o IPI de setores como automotivo e linha branca. O IPI pode ter suas alíquotas alteradas por decreto presidencial, sem aval do Congresso.

Para José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast (indústria dos plásticos), vai começar com 25%, mas, a depender da arrecadação, poderia chegar a 100%. “O ideal é que o aumento de arrecadação não seja usado para aumento de custeio e salário mas, sim, para reduzir tributos. Só a indústria tem imposto nos moldes do IPI, nenhum outro setor tem”, afirma Roriz.

“Além disso, a gente quer um alongamento de prazo de recolhimento dos tributos federais, coisa que pode ser feita na caneta”, afirma o presidente da Abrinq.

Fonte: Folha de São Paulo

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