Inflação ganha força e prévia sobe ao maior nível desde fevereiro de 2003



GUSTAVO SANTOS FERREIRA

IPCA-15 deste mês foi de 1,33%, ante 0,89% apresentado em janeiro; acumulado em 12 meses, índice alcançou 7,36%, maior patamar desde janeiro de 2015

O IPCA-15, prévia da “inflação oficial” (IPCA), registrou em fevereiro 1,33% de variação mensal, a maior desde fevereiro de 2003 – divulgou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Acumulada em 12 meses, a alta média de preços foi de 7,36%, bem acima do teto da meta de 6,5% do governo – e a maior desde janeiro de 2005.

Em janeiro, o IPCA-15 havia variado 0,89%; acumulado em 12 meses, 6,69%.


O IPCA-15, considerado a prévia da “inflação oficial”, mede o ritmo de alta média dos preços com a mesma metodologia do IPCA, que é o índice de “inflação oficial”, utilizado pelo governo em seu regime de metas de inflação – cujo centro é 4,5%, em 12 meses, com margens para cima ou para baixo de 2 pontos porcentuais. A diferença do IPCA-15 para o IPCA está no período de pesquisa. Enquanto o IPCA mede meses cheios, o IPCA-15 afere a inflação entre o dia 16 de um mês e o dia 15 do mês seguinte.


O grupo Educação foi o que apresentou elevação mais significativa (também a maior desde fevereiro de 2003), de 5,98%. A maior parte desse avanço se deve aos reajustes da mensalidades de cursos regulares, que subiram, na média, 7,29%.

Entre os produtos de maiores impactos, a energia elétrica foi a vilã do mês de fevereiro. Da alta mensal de 1,33%, 0,23 ponto porcentual é atribuído às elevações das tarifas das contas de luz. De acordo com o IBGE, a explicação para esse movimento de preços está em na alta de alguns impostos e no novo modelo do Sistema de Bandeiras Tarifárias, que passou a valer em 1º de janeiro.


Habitação. Dentro do grupo Habitação, do qual energia elétrica faz parte, mais algumas elevações de preços foram expressivas: condomínio (0,97%); mão de obra para pequenos reparos (0,91%); gás de botijão (0,89%); taxa de água e esgoto (0,68%); e aluguel residencial (0,65%).

Transportes. Os gastos com Transporte – o segmento de produtos de consumo de maior impacto do IPCA-15 de fevereiro – também foram os mais sentidos nos últimos dias pelos brasileiros.  Os reajustes médias de 7,34% nos ônibus urbanos e as altas médias de 2,96% no litro da gasolina e de 2,54% no litro do diesel, por causa das elevações de impostos (PIS/COFINS) em 1º de fevereiro são responsáveis pela alta.

Alimentos e bebidas. E comer e beber também continua pesando sobre a inflação. Dentre os mais consumidos pelo brasileiro, destacam-se as seguintes elevações médias de preços: feijão carioca (10,07%); tomate (9,61%); hortaliças (7,71%); batata inglesa (6,77%); e pescados (3,62%).

De modo geral, o item Alimentos e bebidas avançou 0,85% em fevereiro, no entanto, abaixo dos 1,45% do IPCA-15 de janeiro.

Fonte: Estadão



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