IPI no atacado sobe preço de cosméticos em 12%

Um dos primeiros decretos referentes ao ajuste fiscal do governo federal este ano, que instituiu o recolhimento de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre as vendas das atacadistas do setor, começa a valer nesta sexta-feira (1º) . A regra nº 8.393 indica alíquota de 22% para grande parte das mercadorias de beleza, o que representa uma elevação de preços de até 14% acima da inflação. Para as empresas, o principal impacto é o aumento da carga tributária num setor altamente competitivo, que não é beneficiado por renúncias fiscais.

“Com o aumento da tributação, a indústria nacional perde competitividade e atratividade para o consumo interno. Como consequência, deve haver uma perda iminente de oportunidades de trabalho, bem como uma revisão dos projetos de expansão e investimentos dessas empresas”, afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basilio. Segundo ele,  a decisão do governo de passar a cobrar IPI no atacado do setor de cosméticos provocará um aumento real dos preços ao consumidor de 12%, em média, e uma queda nas vendas dos produtos atingidos de 7% a 17%.

No comércio do Recife, os varejistas acreditam que o aumento será repassado em junho aos consumidores e que estes devem começar a optar por produtos mais baratos. “Os produtos que foram alvo da medida do governo são diversificados como cremes para o cabelo, alisantes e maquiagens. O que vai acontecer é que haverá uma procura maior por produtos de menor valor agregado. Isso gera uma economia perversa, pois as indústrias não terão incentivos para investir em inovação, retirando o acesso ao consumidor para produtos com benefícios adicionais importantes”, reforça Basílio. 

Vale ressaltar que o Brasil segue como terceiro maior mercado consumidor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e China, se distanciando cada vez mais do Japão, que ocupa a quarta posição. Com um faturamento na ordem de R$ 101,7 bilhões, o setor registrou crescimento nominal de 11% em 2014, se comparado aos R$ 91,9 bilhões, de 2013.

FONTE: DIÁRIO DE PERNAMBUCO

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