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Por Ana Conceição SÃO PAULO
As projeções do mercado para a inflação no ano que vem dispararam na última semana, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central. Ao mesmo tempo, se deteriorou a expectativa para a economia, com mais uma revisão para baixo na estimativa do Produto Interno Bruto (PIB).
A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses (setembro de 2016) saltou de 6,27% para 6,50%. Para o ano “cheio” de 2016, subiu de 6,12% para 6,22%, aproximando-se, assim, do teto da meta de 6,50% estabelecida para o período.
Os analistas Top 5 os que mais acertam as previsões foram mais radicais e ajustaram sua mediana de médio prazo para o ano que vem de 6,72% para 7,30%. Para 2015, as estimativas também subiram: de 9,75% para 9,85% no mercado em geral e de 9,81% para 9,95% no Top 5.
Entre as prováveis causas desse forte aumento nas expectativas para os preços ao consumidor estão a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), um aumento mais acentuado nos preços administrados e a depreciação cambial. Na semana passada, no comunicado que se seguiu à decisão de manter a Selic em 14,25% ao ano, o Copom mostrou que não espera mais a convergência da inflação à meta no fim de 2016 como vinha fazendo. Desta vez, afirmou apenas que a manutenção da taxa de juros deve se manter por período suficientemente prolongado e que este é o caminho para a “convergência da inflação no horizonte relevante de política monetária”, ou seja, cerca de dois anos.
Isso empurra a convergência para apenas 2017. Quanto aos preços administrados, as estimativas subiram novamente. Em 2015, esperase alta de 16,11%, ante 16% na semana anterior. Para 2016, a expectativa é de avanço de 6,60%, de 6,35%. No câmbio, a projeção para o dólar ao fim deste ano seguiu em R$ 4, mas para o ano que vem subiu de R$ 4,13 para R$ 4,20. Em relação à Selic, o Focus mostra que os analistas de mercado ajustaram suas previsões para 2016 e agora esperam que o juro chegue ao fim do ano em 13%, ante 12,75% previstos na semana anterior.
O Top 5 manteve sua estimativa em 12,75%. Em ambos os casos, a projeção para este ano seguiu em 14,25%, taxa atual. Atividade econômica No Focus, a mediana das estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano teve ligeiro ajuste de queda de 3% para recuo de 3,02% e, para 2016, a projeção foi de queda de 1,22% para retração de 1,43%. A estimativa da produção industrial de 2015 foi mantida em recuo de 7% e a de 2016 passou de queda de 1% para contração de 1,5%.
Fonte: Valor[:]