Multifarmas atrai investidores



Por Beth Koike

O preço dos medicamentos nas farmácias on­line têm uma queda de até 27% nos últimos quinze dias de cada mês, em comparação com a primeira quinzena, devido à redução no poder de compra dos consumidores no período, segundo pesquisa da Multifarmas, site de comparação de preços de remédios ­ uma espécie de Buscapé especializado em medicamentos. Esse tipo de informação é o principal ativo da Multifarmas, que acompanha o comportamento do consumidor e faz análises para a indústria farmacêutica e varejo. “Conseguimos detectar, por exemplo, quais praças demandam mais um determinado medicamento.

Não somos apenas um ‘big data’, transformamos os dados em análise para as varejistas, que podem acompanhar a concorrência, e para a indústria farmacêutica, que consegue fazer uma reposição mais precisa”, disse David Almeida, um dos sócios­fundadores da Multifarmas, que foi da Procter & Gamble por 13 anos. O negócio tem atraído investidores. O fundo de venture capital Bambuza Capital, de Francisco Valim (ex­CEO da Oi e da Via Varejo), entrou na empresa em dezembro e fez em maio uma segunda rodada de investimentos. “Investimos em negócios com forte inovação e potencial para ser escalável e internacionalizar. Há poucas iniciativas do gênero nos EUA e detectamos que não há na América Latina”, disse Valim.

O executivo não revela o valor do aporte na Multifarmas, mas seu fundo investe entre R$ 250 mil e R$ 3 milhões em startups. Desde sua criação, em agosto, a Bambuza já investiu R$ 5 milhões em seis negócios. Outra sócia é a F2 Investimentos, fundo que investe em empresas em início de atividades e participa da gestão. “Um dos nossos projetos é ter operações na Europa, com grandes possibilidades de ser replicado em Londres e Madri. Já há interessados e a ideia é contratar ‘country managers’ nesses locais”, contou Fernando Kuzuhara, da F2 Investimentos. A Multifarmas foi criada em 2011 por Almeida e pelo engenheiro Carlos Matos, que juntos detêm o controle. Hoje, a empresa tem parceria com 30 redes de farmácia, três fabricantes de medicamentos e empresas que oferecem remédios com descontos a seus funcionários.

O site ganha entre 3% e 4% do valor da venda do medicamento ou um percentual sobre o volume de clientes direcionados aos portais das farmácias, independentemente se a compra foi concluída ou não. “O Multifarmas consegue detectar se o cliente migrou para outra varejista de farmácia ou se optou por um medicamento genérico. Essa é uma informação importante para as farmácias e indústrias”, afirmou Marcos Aurélio Faccioli, investidoranjo.

Segundo Almeida, o site registra de 5 mil a 10 mil acessos por dia, o que representa um movimento de cerca de R$ 5 milhões por mês. A meta é atingir 1 milhão de acessos mensais até o fim deste ano. “É crescente o volume de compras on­line de medicamentos e cosméticos. Há remédios de alto custo como o Zytiga 250 mg que, no começo do mês, chega a custar R$ 12,4 mil e cai para R$ 9,7 mil”, diz Matos, justificando a importância de monitorar os preços.

Fonte: Valor

Comments

Open chat
Como posso te ajudar?