Na crise, itens de beleza e cuidados do lar vendem mais, diz pesquisa



Por Daniele Madureira

Em época de crise, as pessoas tendem a cuidar mais de si mesmas e com mais frequência, a fim de aumentar a autoestima. Como saem menos e passam mais tempo em casa, deixam a residência mais limpa e cheirosa, uma tradição do brasileiro, que é reforçada neste momento. Essas são algumas das principais conclusões do estudo Estilos de Vida do Consumidor Brasileiro 2015, preparado pela Mintel, multinacional britânica de pesquisas de mercado. De acordo com o levantamento, até 2019, o mercado de beleza e cuidados pessoais deve continuar a crescer, mas com taxas moderadas, quando comparado com o crescimento dos últimos anos. No intervalo entre 2015 e 2019, o setor deve crescer uma média de 10,2% ao ano, para R$ 107,3 bilhões, contra um crescimento médio anual de 13% no intervalo anterior (2010 a 2014). Inflação, impostos, desaceleração do crédito e da renda respondem pelo recuo. Ainda assim, a taxa se mantém em dois dígitos. Itens mais baratos, como batons e esmaltes, devem ter aumento de demanda, diz o estudo. Já em relação aos produtos de limpeza, a expectativa é de um crescimento de 42% até 2019, comparado com o valor de 2014, atingindo os R$ 32,2 bilhões, segundo a Mintel. Além do hábito do brasileiro de manter a casa em ordem, entra na conta a maior presença das máquinas de lavar roupa nas residências nos últimos anos, algo que foi incentivado com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A “nova classe média”, segundo a pesquisa, passou a adquirir mais produtos de limpeza nos últimos anos. A pesquisa da Mintel abordou ainda outras frentes de consumo, como Alimentação dentro de casa (que deve crescer R$ 110 bilhões em cinco anos, para R$ 388,5 bilhões em 2019), puxada pela busca de alimentos mais saudáveis. Em roupas e acessórios, deve ser observada uma desaceleração, de 7% para 5% ao ano. Considerando o consumo global dos brasileiros, o montante deve atingir R$ 4,5 trilhões em 2019, um crescimento de 37% em relação a 2014, diz a Mintel. (Daniele Madureira | Valor)

Fonte: Valor

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