[:pt]No varejo, há falta de mercadoria [:]

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Por Cibelle Bouças

Um levantamento realizado pela consultoria NeoGrid, em parceria com a Nielsen, revela que o índice de ruptura no varejo ­ que mede a falta de produtos nas prateleiras ­ chegou a 12,6% no mês de outubro. Isso significa que, para cada R$ 100 que uma loja vendeu, outros R$ 12,64 deixaram de ser vendidos por falta de mercadoria. O índice é o mais alto registrado desde dezembro do ano passado, quando atingiu 12,79%. Em setembro deste ano, a ruptura foi de 11,42% e em agosto, de 8,79%.

Robson Munhoz, diretor de relacionamento do varejo e indústria da NeoGrid, calcula que, de agosto a outubro, o varejo reduziu a variedade de itens em 3,8%, na média. No caso de supermercados e hipermercados, que possuem de 30 mil a 70 mil itens, a redução média foi de 1,2 mil produtos.

Munhoz citou como principal causa da piora no indicador a decisão das varejistas de reduzir a variedade de produtos oferecidos, dando preferência aos de alto giro e deixando de lado itens que levam mais tempo para ser vendidos. “Neste momento, o varejo parou de comprar produtos que vendem pouco para não terminar o ano com estoque indesejado”, disse. A redução no mix de produtos, segundo o analista, ficou mais evidente a partir de agosto deste ano.

No processo de redução de oferta, as varejistas consideraram, além do tempo para vender os produtos, o reajuste de preços negociado com as indústrias a partir de maio. “A queda de braço entre indústria e varejo para segurar alta de preços foi mais acirrada neste ano e isso contribuiu de forma significativa para esse aumento da ruptura”, disse Munhoz.

Entre os segmentos de produtos, as bebidas apresentaram maior índice de ruptura em outubro, de 13%. Em seguida aparecem alimentos, com 12,68%. Produtos de higiene e beleza apresentaram índice de 11,64% e produtos de limpeza, 9,87%.

O índice de perda de vendas também atingiu o maior nível em outubro, de 3,31%, ou o equivalente a R$ 830 milhões em vendas que o varejo deixou de fazer no mês. Munhoz disse que não há perspectiva de melhora nos próximos meses.

Fonte: Valor[:]

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