País precisa de comércio exterior para desenvolvimento, diz ministério

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Daniel Godinho, afirmou nessa terça-­feira, em Washington, que o Brasil precisa aperfeiçoar a sua estratégia de comércio exterior para atingir maiores graus de desenvolvimento. “A estratégia de desenvolvimento do Brasil sempre foi concentrada no mercado doméstico. Eu não posso dizer que foi errada, pois o país cresceu muito. Nós tiramos milhões de pessoas da pobreza nos últimos 13 anos. Mas temos que acrescentar comércio exterior para a nossa estratégia”, disse Godinho durante evento no Atlantic Council, um instituto de pesquisas e debates internacionais.

Segundo o secretário, o Brasil é a oitava economia do mundo e representa apenas 1,2% do comércio internacional. O país é o 25º exportador e o 37º importador. Godinho ressaltou que o governo brasileiro começou a negociar acordos internacionais em 2015 e está muito próximo dos países andinos nessa tarefa. Ele afirmou ainda que há muitas negociações em andamento na relação bilateral com os Estados Unidos.

Mercosul

O Mercosul fez uma boa oferta à União Europeia e a saída do Reino Unido do bloco não vai atrapalhar as negociações para um acordo comercial, avaliou o secretário. Segundo ele, o Reino Unido “sempre apoiou o processo negociador”. “Mas se o Brexit vai causar algum impacto no processo negociador e em qual grau fica difícil prever”, acrescentou. Godinho informou que houve uma reunião entre negociadores do Mercosul e da União Europeia, há duas semanas e haverá um próximo encontro em outubro, em Bruxelas. “Do lado do Mercosul, nós fizemos uma excelente oferta para a União Europeia em bens, serviços e compras governamentais.” Ele qualificou a agenda como prioritária para o Mercosul e para os europeus. “Já identificamos que precisamos de melhoras de ambos os lados. Já foram dados sinais concretos sobre onde precisamos trabalhar e vamos começar a trabalhar internamente para verificar as questões dos dois lados.” Segundo o secretário, o passo decisivo foi a troca de ofertas. “É isso que estava paralisando (o acordo)”, afirmou. Uma vez realizada, ela precisa ser trabalhada para a continuidade do acordo.

Câmbio

Godinho afirmou que as oscilações no câmbio e a baixa do dólar nos últimos dias não afetam o movimento exportador. “Essas oscilações são mais do que normais”, disse. “Os depoimentos que temos do setor privado é que nesse patamar as exportações são plenamente possíveis”, continuou referindo­se à baixa nessa terça­feira. Para ele, os incentivos à política exportadora independem do patamar cambial. “Acreditamos que o comércio exterior deve ser colocado no centro da agenda econômica brasileira e não podemos abandonar essa decisão em função de oscilações cambiais. Essa estratégia tem que vir para ficar. Temos que adicionar o comércio exterior ao DNA das políticas econômicas no Brasil.”

Fonte/Veículo: Valor Econômico

 

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