Para consultor, 5 razões levam o Brasil a se aproximar do colapso



Por Valor

O cenário de dificuldades enfrentado pelo Brasil continua no foco da mídia e dos analistas internacionais. Em breve artigo publicado na revista Time, o presidente da Eurasia Group, Ian Bremmer, aponta cinco motivos pelo quais ele avalia que o país está chegando perto do colapso. Para o chefe da consultoria especializada em pesquisa e análise de risco político para negócios, o Brasil está em uma “tempestade perfeita” de fatores negativos que desenham uma perspectiva sombria no futuro próximo.

Para Bremmer, os cinco maiores problemas são:

O fraco panorama econômico, com dólar e inflação em alta e a expectativa de que o Produto Interno Bruto fique praticamente estagnado em 2015.

A estiagem prolongada, que pode levar ao racionamento de água e energia. Além disso, o analista lembra que a decisão do governo de retirar os subsídios dados ao setor elétrico pode elevar as contas de luz em 40% neste ano.

Problemas no transporte público e no nível de pobreza: Bremmer lembra que a classe média cresceu e a miséria foi reduzida em mais de dois ­terços desde que o PT chegou ao poder. Mas menciona que em 2013 o número de miseráveis voltou a crescer, ao mesmo tempo em que essa ‘nova classe média’ começou a pressionar por serviços públicos melhores. Ele recorda ainda que em 2013 milhares foram às ruas protestar contra o aumento das tarifas de ônibus e os gastos com a Copa do Mundo, e que neste ano as passagens subiram a uma taxa maior e em 2016 o Rio sediará os Jogos Olímpicos.

A corrupção persistente, com o escândalo da Petrobras, que “engoliu a empresa e o governo” e colocou 232 empresas sob investigação. “No Brasil, a corrupção endêmica é um lugar comum: o suborno é uma prática enraizada para aqueles que procuram licenças ou bajular os reguladores”, diz Bremmer. “Mais de 20 mil empregos públicos são por nomeação, comparados com 5,5 mil nos Estados Unidos, o que fornece munição aos políticos para recompensar aliados ou parceiros de negócios.”

O efeito sobre a presidente Dilma Rousseff, que viu despencar os índices de popularidade desde sua reeleição. “Os brasileiros estão perdendo a fé em Dilma: 60% acreditam que ela mentiu mais do que disse a verdade durante sua campanha eleitoral, e 77% acham que ela sabia sobre a corrupção na Petrobras.”

Não é a primeira vez que a Eurasia Group cita o enfraquecimento de Dilma como um fator de risco. Em janeiro, a consultoria destacou dez pontos de atenção no cenário mundial e mencionou a dificuldade potencial que a presidente brasileira ­ e colegas de outros países ­ enfrentaria para dar andamento à agenda política.

Fonte: Valor Econômico

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