Petróleo acrescentará US$ 20 bi à balança comercial

O rápido aumento da extração de petróleo no Brasil, nos próximos anos, garantirá US$ 20 bilhões a mais ao saldo comercial do país a partir de 2015. Segundo estudo da consultoria LCA, o crescimento da produção da commodity, da ordem de 40% em quatro anos, representará um expressivo acréscimo de US$ 30 bilhões às exportações brasileiras. O estudo leva em consideração os fortes investimentos da Petrobras e de companhias privadas – como as brasileiras OGX, de Eike Batista, e HRT, além das internacionais BG, Repsol, Statoil e Shell – em áreas do pré-sal e do pós-sal, as quais já são amplamente exploradas pelas instituições.Entre 2011 e 2015, a consultoria afirma que a produção de petróleo passará de 2,1 milhões para 2,8 milhões de barris por dia, o que colocará o país entre os maiores exploradores da matéria-prima.Segundo o economista, Douglas Uemura, responsável pelo estudo, déficits na balança comercial do petróleo já podem ser considerados problemas do passado.”Entre 2000 e 2011, houve um déficit médio de US$ 2 bilhões na conta do petróleo. A partir de 2015, com as operações consolidadas, a extração garantirá com folga a balança comercial. Podemos chegar em 2016 com um superávit de US$ 50 bilhões”, prevê Uemura. Complementar ao aumento da produção está prevista a conclusão de quatro refinarias, o que garante também a diminuição das importações de derivados, entre eles a gasolina e o óleo diesel. Nos próximos quatro anos, a capacidade de refino aumentará em 400 mil barris por dia, e até 2020, 1,4 milhão de barris diários, após a conclusão das refinarias Abreu e Lima, Premium I e II, no Maranhão e no Ceará, respectivamente, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Os derivados de petróleo, no entanto, continuarão a pesar negativamente sobre a balança comercial. Apesar da expansão da capacidade de refino, o crescimento do consumo ainda obrigará a gigante estatal a comprar US$ 10 bilhões em combustíveis. “A situação deve se manter até 2020. Depois das refinarias Premium I e II, no Maranhão e no Ceará, esse cenário pode mudar”, complementa Uemura. Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, o salto da produção se dá em grande parte pelo avanço na participação das companhias privadas. Segundo o consultor, ao final do período indicado pelo estudo, as companhias podem responder por 15% da produção. “Essa participação crescente mostra o sucesso do modelo de concessão adotado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, no qual as companhias são operadoras dos campos que exploram. Isso viabilizou o ingresso das empresas estrangeiras e a criação das nacionais”, diz Pires. A marca de 2,8 milhões de barris produzidos diariamente casará com o aniversário de 18 do fim do monopólio da Petrobras. Apesar disso, a iniciativa privada deve estabilizar sua participação no mercado nacional.”Acho difícil a Petrobras dar mais espaço para as outras companhias. Trinta por cento do pré-sal, obrigatoriamente, serão da estatal, além de que ela será a operadora dos campos. Infelizmente, essa participação das empresas privadas deve voltar a diminuir”, explira Pires.Reconhecida como um dos gargalos para a exploração completa do pré-sal, a tecnologia está perto de suprir as necessidades do setor, indica Jean-Paul Prates, do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne). Segundo o executivo, em poucos anos, os laboratórios de pesquisa poderão responder às demandas das companhias por sondas de perfuração, extração e armazenamento do óleo. “A tecnologia está evoluindo muito. Os desafios para buscar óleo em áreas distantes da costa estão cada dia menores”, afirma Prates. (Fonte: Brasil Econômico)

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