Presidente da Fiesp critica Mantega e desabafa: ‘Estou angustiado’



Empresário Benjamin Steinbruch disse para o ministro da Fazenda, em fórum na FGV, que ‘o descontentamento está presente em tudo’

O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Benjamin Steinbruch, afirmou para uma plateia de empresários e perante o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que se sente angustiado com a perspectiva de recessão, desemprego e falta de investimento.

O executivo disse que esse sentimento hoje não está apenas na indústria, mas que já está em outros segmentos da economia. “A realidade do dia a dia da produção e do emprego (é divergente da dos números apresentados) e isso nos causa uma tremenda agonia e nos faz mais pessimistas”, afirmou. Recentemente o presidente da CSN disse que “só louco investe no Brasil”.

“Talvez eu seja o mais angustiado”, disse ele, durante o Fórum de Economia realizado na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

Ele reclamou que a perspectiva dos empresários sobre a economia brasileira é diferente da mostrada pelo governo. “Existe uma divergência entre o que percebemos que é realidade com os números apresentados pelo governo e economistas, que não refletem a realidade da produção e do emprego”, destacou o presidente da Fiesp.

“Causa tremenda agonia e nos torna pessimista com os dias que estamos vivendo. Não falo só da indústria. Mas de todos os outros setores. Esse desconforto está presente em todos eles. A verdade é que o desconforto e o descontentamento está presente em tudo.”

Ele destacou que o seu objetivo é contribuir com o governo com ideias sobre a política econômica, não para gerar críticas. Segundo ele, o descontentamento “está presente em todos no Brasil”.

O executivo aproveitou a presença do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, para criticar. “Eu não quero convencê-los das ideias, porque acho que a gente não conseguiu até agora, não vai conseguir até o fim do governo”, disse, em abertura de evento da FGV.

Steinbruch pediu, no entanto, convergência de números, já que segundo ele, os que são apresentados pelo governo e por economistas não refletem a situação real da economia. “O que estamos tentando transmitir não é do ponto de vista crítico, é do ponto de vista construtivo e de sugestão. O empreendedor quer empreender”, afirmou.

Fonte: Estadão

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