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BRUNO VILLAS BÔAS
DO RIO
Sob impacto da redução de ritmo nas montadoras, o parque industrial de São Paulo produziu 12,8% a menos em setembro deste ano, na comparação ao mesmo mês do ano passado, a 19ª queda consecutiva.
Trata-se do pior desempenho para o mês na série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2002, segundo dados divulgados pelo instituto nesta terça-feira (10).
Com estoques elevados e sem perspectiva de retomada firme da demanda, as indústrias têm cortado a produção e demitindo funcionários para enfrentar a recessão da economia.
Com mais um resultado mensal ruim, o patamar de produção das fábricas de São Paulo é o menor desde dezembro de 2008, na fase mais aguda da crise iniciada no mercado hipotecário americano.
Para medir a produção da indústria, o instituto usa como base de comparação a média do setor em 2012. Quando o indicador registra 110, isso significa que a produção está 10% maior do que a média daquele ano.
Em setembro, a produção de São Paulo estava em 84,3. Esse indicador é o menor desde dezembro de 2008, quando estava em 84,2, considerando a série histórica do instituto que tem ajuste sazonal.
Produção industrial regional
SETORES
Na passagem de agosto para setembro, a produção da indústria de São Paulo teve uma queda de 0,2%. Com isso, passou a acumular uma redução de 10,2% da produção no ano e de 9,7% nos últimos 12 meses.
Na comparação com setembro do ano passado, o resultado de São Paulo foi puxado pelo setor de veículos automotores, reboques e carrocerias (-31,9%), grupo que inclui a produção de automóveis.
Outros destaques negativos, considerando o peso dos setores, vieram das atividades de máquinas e equipamentos (-18,0%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-31,1%).
OUTRAS REGIÕES
Dos 15 locais acompanhados pelo IBGE, 12 tiveram queda de produção em agosto, na comparação ao mesmo mês do ano passado. O Rio Grande do Sul teve o recuo mais acentuado, de 19,7%.
Além de São Paulo, também tiveram desempenho negativo os estados do Amazonas (-13,1%), Ceará (-11,9%), Santa Catarina (-11,6%), Rio de Janeiro (-11,2%) e Minas Gerais (-11,1%).
Por outro lado, Mato Grosso (18,3%) e Pará (12,3%) tiveram avanços no mês. O Mato Grosso foi ajudado pelos setores de produtos alimentícios e de derivados do petróleo e biocombustíveis. Já o Pará pelas indústrias extrativas. O Espírito Santo ficou praticamente estável, com alta de 0,1%.
Fonte: Folha
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