Produção industrial melhora em março, aponta CNI



O mês de março foi melhor que fevereiro para a indústria brasileira, conforme aponta o estudo Sondagem Industrial, divulgado nesta tarde de quarta-feira, 23, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador de evolução da produção fechou março com 48,8 pontos, ante 48,3 pontos em fevereiro. O indicador varia no intervalo entre zero e cem, sendo que números acima de 50 pontos indicam aumento da produção frente ao mês anterior. Indicador abaixo dos 50 pontos significa queda.

Março, portanto, continuou no território negativo – abaixo de 50 pontos. Em março de 2013, o nível de atividade havia alcançado a marca de 52,9 pontos. A utilização da capacidade instalada (UCI) caiu de 72%, em fevereiro, para 71%, em março. A UCI efetiva em relação à UCI usual ficou em 42,9 pontos em março, ante 44,7 pontos, em fevereiro.

A pesquisa Sondagem Industrial aponta também que os estoques de produtos finais efetivos em relação ao planejado ficaram em 49,9 pontos em março, exatamente o mesmo patamar de fevereiro. O indicador sobre o número de empregados marcou 48,6 pontos no mês passado, ante 48,9 pontos em fevereiro.

Para a CNI, a atual situação não é confortável. No estudo, a confederação cita que a “deterioração nas condições financeiras se acentua”. A entidade destaca que no primeiro trimestre de 2014, tanto a margem de lucro operacional como a situação financeira foram avaliadas como insatisfatórias pelos empresários industriais, alcançando o pior nível desde 2009.

“Além disso, o acesso ao crédito foi amplamente avaliado como difícil no trimestre e as questões ligadas ao financiamento cresceram em assinalações entre os principais problemas da indústria (taxas de juros elevadas, inadimplência dos clientes e falta de financiamento de longo prazo)”, cita a CNI. A entidade afirma que tais resultados refletem as dificuldades que a indústria enfrenta. “Os estoques permanecem ajustados, mas a atividade industrial permaneceu em queda durante todo o trimestre, com baixa utilização da capacidade instalada e queda no número de empregados”, cita o estudo Sondagem Industrial.

Na elaboração da pesquisa, foram apuradas também as expectativas para os próximos seis meses sobre demanda, quantidade exportada, compras de matéria-prima e número de empregados. Nessa contagem das perspectivas para o futuro próximo, o indicador da CNI considera a percepção de abril dos industriais consultados em relação ao entendimento apurado em abril. E a confederação alerta que as expectativas para os próximos seis meses ainda não mostram sinais claros de reversão desse cenário.

Esses quatro indicadores de expectativa apresentaram piora. Sobre demanda, o indicador ficou em 56,4 pontos este mês, ante 57,9 pontos no mês passado. O indicador de expectativa de quantidade exportada caiu para 50,4 pontos, em abril, ante 53,1 pontos, em março. O indicador sobre compras de matéria-prima ficou em 54,8 pontos este mês, ante 55,6 pontos, no mês anterior. Sobre número de empregados, o indicador de expectativa de abril alcançou 50,1 pontos, em abril, frente a 51,8 pontos, em março.

“Para mudar o quadro é preciso recuperar a confiança do industrial brasileiro. Parte da falta de confiança tem sua raiz na incerteza quanto à execução – ou não – de medidas eficazes que revertam o quadro de baixa competitividade. Na medida em que os avanços nessa agenda são adiados ou limitados, tornam-se cada vez mais difíceis a retomada do investimento e a recuperação da indústria”, defende a CNI.

A pesquisa Sondagem Industrial foi realizada entre 1º e 10 de abril com 1.858 empresas, das quais 724 de pequeno porte, 691 médias e 443 grandes.

Fonte: Estadão

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