Programa fortalece 3.815 catadores cooperados para reciclagem

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Todos os dias, um grupo de brasileiros se dedica a uma atividade de grande importância para toda a sociedade. Eles trabalham em espaços que recebem cargas provenientes da coleta seletiva de resíduos e fazem a separação, o tratamento básico e a comercialização dos materiais recicláveis. Com a ajuda deles, embalagens usadas de xampus, alimentos, produtos de limpeza e outros itens de consumo deixam de ser despejadas em aterros sanitários, onde levariam centenas ou milhares de anos até se decompor, e ganham mais um ciclo de utilidade.

Esses profissionais são conhecidos como catadores de materiais recicláveis e atuam no modelo de cooperativa. Há dez anos, a indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos vem fazendo da parceria com essa categoria o foco central de um programa que contempla os três fundamentos da sustentabilidade: preservação ambiental, benefício social e viabilidade econômica.

A iniciativa chama-se Dê a Mão para o Futuro – Reciclagem, Trabalho e Renda, e seu objetivo é fortalecer as cooperativas de catadores. O apoio consiste em fornecer equipamentos, veículos, materiais de divulgação, treinamento e conhecimento sobre administração de negócios para estimular o empreendedorismo, aumentar a produtividade e melhorar a renda dos catadores cooperados.

Centro de triagem de resíduos recicláveis antes e depois de receber apoio do projeto Foto_divulgação

Centro de triagem de resíduos recicláveis antes e depois de receber apoio do projeto/ Foto: divulgação

Meta é crescer 50% em 2017

A parceria já envolve 3.815 catadores que atuam em 129 cooperativas de oito estados do País (veja mapa) – e continua crescendo. Em 2016, os participantes do programa triaram e comercializaram cerca de 82 mil toneladas de materiais recicláveis, movimentando R$ 38 milhões com a venda destes materiais. Para 2017, a meta é chegar a 124 mil toneladas – um aumento de mais de 50%.

Criado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o projeto conquistou ao longo do tempo o apoio de outras duas associações setoriais: a ABIPLA, do setor de produtos de limpeza, e a ABIMAPI, do segmento de biscoitos, pães, massas e bolos industrializados.

O incentivo a um dos elos mais vulneráveis e importantes da cadeia da reciclagem atende também à necessidade da indústria de cumprir os compromissos estabelecidos a partir da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Aprovada em 2010, depois de duas décadas de discussão no Congresso Nacional, a lei procurou envolver todos os elos desta cadeia – do consumidor, passando pela indústria, varejo e pelo poder público – na importante missão de incentivar a reciclagem de embalagens no País e de diminuir a disposição dos materiais em aterros sanitários.

“O programa Dê a Mão para o Futuro promove as três esferas que compõem o tripé da sustentabilidade”, explica Rose Hernandes, diretora de Meio Ambiente da ABIHPEC. “A iniciativa, além de auxiliar as empresas no cumprimento da lei, atua no aspecto social, valorizando e fortalecendo os catadores; no plano ambiental, estimulando a reciclagem; e no econômico, por meio de iniciativas que elevam a produtividade e a renda das cooperativas e dos cooperados.”

Para reforçar o pilar econômico, o programa passou a estimular a união entre as cooperativas de uma mesma região na formação de redes. O objetivo é viabilizar investimentos que só se justificam a partir de um determinado volume de produção, como a instalação, no Paraná, de uma Central de Valorização de Materiais Recicláveis que transforma plásticos em matéria-prima para outros produtos. A atuação em rede também aumenta o poder de barganha das cooperativas na comercialização destes materiais.

Ao aproximar o segmento de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos da realidade dos catadores cooperados, o “Dê a Mão para o Futuro” acaba ajudando também a indústria a compreender melhor os desafios da reciclagem e desenvolver embalagens ainda mais sustentáveis, num ciclo virtuoso que beneficia a todos.

129 cooperativas em 8 estados Sem título1

 

AM – 4
MS – 4
MG – 7
RJ – 2
SP – 88
PR – 5
SC – 9
RS – 10

 

 

 

 

 

Fonte: Estadão 

 

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