Projeto do Sebrae quer estimular setor de cosméticos



Por Maria Alice Rosa

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional) está desenvolvendo um projeto com objetivo de transformar pequenos negócios da Região Norte em referência mundial na produção de insumos e de produtos de maior valor agregado no setor de cosméticos e perfumaria.

A coordenadora da carteira de beleza do Sebrae Nacional, Regina Diniz, conta que a demanda do mundo pelos ativos da Amazônia é “impressionante”, mas uma série de dificuldades tem impedido que todo esse potencial de negócios seja explorado pelos pequenos e médios empreendedores da região. “O Brasil precisa se preparar para ser protagonista nesta área e as pequenas empresas têm todas as condições de participar deste movimento”, afirma.

O projeto é desenvolvido em parceria com instituições públicas e privadas ligadas ao segmento e abrange os Estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins. Segundo a coordenadora, o trabalho começa pelo mapeamento do setor em cada Estado para verificar, entre outros aspectos, quais os principais insumos da região, como é a participação das comunidades na cadeia produtiva e quais as peculiaridades do mercado local.

É a partir deste mapeamento que será definida uma estratégia de ação capaz de beneficiar as pequenas e médias indústrias do setor. O objetivo, segundo Regina, é criar as condições para que o segmento possa se estruturar em termos de gestão, mão de obra, tecnologia, logística e legislação, para citar alguns exemplos.

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) mostram que, de um universo de 2.540 empresas que atuam hoje neste mercado, apenas 20 são de grande porte e são elas que concentram 73% do faturamento do setor. Em 2014, esta receita foi de R$ 101,7 bilhões, representando 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e 9,4% do consumo mundial, segundo a entidade.

Do total de empresas, mais da metade está localizada na Região Sudeste, enquanto apenas 48 atuam no Norte do país, segundo a publicação Panorama do Setor de HPPC, produzida pela Abihpec. Fátima Chamma, diretora­ executiva de uma das empresas pioneiras na produção de cosméticos com base nos insumos amazônicos no Pará, a Chamma da Amazônia, diz que as pequenas e médias empresas têm necessidades diferentes das grandes e não disputam o mesmo mercado. “As pequenas têm um trabalho mais voltado para nichos de mercado.

Nem todas querem se tornar gigantes, mas sim oferecer produtos criativos, de alta qualidade e produzidos de maneira sustentável”, afirma a empresária, que é vice­presidente do sindicato do setor de perfumaria e cosméticos do Pará. Ela e representantes do Sebrae também participam da articulação de um Arranjo Produtivo Local (APL) no Estado, outra iniciativa para alavancar a expansão do setor.

Na avaliação de Regina Diniz, do Sebrae, essas dificuldades incluem a distância dos mercados do Sudeste e Sul do país, os custos elevados de frete, problemas de logística de transporte, falta de mão de obra qualificada e o alto nível de exigências regulatórias e ambientais. É para questões como essas que o projeto vai buscar soluções, com o objetivo de elevar a competitividade das empresas e prepará­las para o mercado brasileiro e também o internacional.

Fonte: Valor Econômico


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