Segundo trimestre foi fracasso para indústria e ano está perdido, diz CNI



O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga Andrade, afirmou na tarde desta terça-feira (19) que o segundo trimestre deste ano foi um fracasso para a indústria e que 2014 está perdido para o setor.

Ele estimou que a indústria deverá ter um crescimento de não mais que 0,8% neste ano e de 1,5% a 2% em 2015. Andrade afirmou que o setor industrial vive um dos piores momentos da história.

“Eu comecei como empresário tendo muita dificuldade não me lembro de ter passado algum período tão difícil quanto o que a gente tem vivido ano passado e nesse ano. Para nós da indústria, esse a ano está perdido”, afirmou, durante evento da Associação Comercial do Rio.

Andrade disse que segmentos importantes da indústria, como siderurgia, setor automobilístico e construção civil, já estão demitindo.

A indústria da construção reduziu a previsão de crescimento do setor em 2014 de 2,5% para “algo entre zero e 1%”.

A estimativa é da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), que afirma não ser possível fazer projeções para 2015, devido a incertezas em relação aos negócios relacionados a programas do governo federal.

Na segunda-feira (18) foi divulgado o Boletim Focus, do Banco Central, no qual o mercado reduziu pela 12ª semana ininterrupta a previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano.

A nova estimativa dos analistas é de 0,79%. Na semana passada, a previsão era de 0,81%.

CENÁRIO RUIM

A confederação, explicou Andrade, imaginava um cenário mais vigoroso para o ano e, se hoje a expectativa de crescimento da indústria é inferior a 1%, ela já esteve em 3%.

“O segundo trimestre é um fracasso, porque a indústria automobilística está perdendo vendas, o [setor de] aço está reduzindo [receitas] e as últimas notícias dão como certa a redução do consumo tanto no varejo quanto no atacado. Isso para a indústria significa não reposição dos estoques e não produção de novos produtos para o mercado”, afirmou.

Ele citou problemas históricos do país como os motivos para o cenário ruim para a indústria: carga tributária elevada, burocracia, crédito mais restrito, câmbio desvalorizado e juros elevados.

2015

Questionado sobre as perspectivas para 2015, Andrade disse acreditar que os aumentos esperados para a energia elétrica e para o combustível podem dar algum fôlego à economia, já que melhoram a receita de empresas desses segmentos.

Em seu discurso, contudo, ele lamentou a certeza de aumento de custos no próximo ano decorrente das altas previstas.

“Acho que 2015 vai ser melhor, sim, porque o próprio fato do aumento de energia e do combustível de uma certa maneira reativa a economia também, porque dá mais capital para as empresas do setor elétrico, de petróleo e gás e para a indústria sucroalcooleira [de açúcar e álcool]”, disse.

ELEIÇÕES

Sobre as eleições, Andrade afirmou que a CNI não tem preferência por candidatos. Ele afirmou que as três opções demonstram vontade de colocar em prática mudanças importantes para melhorar a economia.

O presidente da entidade lembrou que, no último dia 28, a CNI entregou aos candidatos à presidência uma lista com 42 medidas a serem tomadas para melhorar o setor. E afirmou que todos se comprometeram com os pedidos.

“Os brasileiros de maneira geral estão ansiosos por mudanças. Essa mudanças podem ser feitas por qualquer um dos candidatos, independente de quem assumir.”

Fonte: Folha

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