Adereços e maquiagens podem causar alergias e até machucar a criançada. Especialistas apontam o que é preciso observar nas alegorias
Vai levar a criançada para curtir o Carnaval? Então, fique atento para não estragar a brincadeira. Entre os principais aspectos a serem observados pelos pais antes e durante a folia estão maquiagem, fantasia, alimentação e segurança. Sobre a maquiagem, a regra básica é nunca utilizar os mesmos cosméticos aplicados nos adultos.
Segundo especialistas, o ideal é optar por produtos desenvolvidos especialmente para o público infantil e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
— Sempre recomendo maquiagem infantil. A partir dos 10 ou 12 anos, até dá para se ter uma liberdade um pouco maior, desde que a criança não tenha histórico de alergias. Mas, até os 10 anos, só deve-se usar maquiagem infantil, com menos conservantes e corantes, o que faz com que os produtos sejam menos alergênicos — diz a dermatologista Juliana Fonte.
Segundo a secretária-geral da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) no Rio Grande do Sul, Ana Paula Manzoni, a utilização de cosméticos de adultos em crianças pode resultar em problemas de pele como a dermatite de contato, irritação que resulta em avermelhamento, inchaço, coceira, bolhas e dor na região atingida.
— Não se usa maquiagem de adulto em crianças. A textura da pele delas é diferente. Nestes casos, a chance de ocorrer alergia é maior. Existem opções próprias para maquiar crianças que são encontradas em lojas de artigos infantis e de festa — orienta.
Ana Paula destaca ainda que os pais precisam estar atentos ao uso de produtos como glitter, purpurina e pinturas no corpo dos pequenos foliões:
— Nas lojas de fantasias e roupas de festas, existem tintas e maquiagens especiais. Não se pode pegar uma tinta guache, fabricada para ser utilizada no papel, e colocar na face ou em qualquer outra parte da pele.
Sobre a maquiagem, aliás, uma boa notícia: a preocupação crescente dos brasileiros em relação à saúde das crianças vem contribuindo para que
o país ocupe a segunda posição no ranking mundial de consumo de cosméticos infantis. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o país registrou um crescimento médio de 14% em um período de cinco anos, atingindo um faturamento de R$ 4,5 bilhões em 2014.
Adereços podem não ser tão inofensivos
Por ocorrer em uma época de temperatura geralmente elevada, o Carnaval pede roupas leves e confortáveis, tanto para adultos quanto para crianças. Para os pequenos, porém, ainda há de se levar em conta a questão da segurança. Crianças muito pequenas não conseguem discernir se a fantasia oferece algum tipo de risco, como peças que podem se soltar e serem aspiradas ou engolidas, acessórios capazes de causar cortes ou até mesmo máscaras que impeçam a respiração. Por isso, a atenção dos pais tem de ser redobrada.
— Os produtos utilizados por crianças devem ser cuidadosamente selecionados, com base nas indicações de uso, nas precauções e na idade recomendada, informações que devem estar nos rótulos, e precisam ser testados e aprovados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) — afirma Ana Carolina Botelho de Barros, do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Segundo a pediatra, crianças pequenas não devem usar determinados produtos, como sprays de espuma. Mesmo entre aquelas um pouco maiores, a utilização de itens como esse deve ser supervisionada por um adulto:
— Há risco de intoxicação em caso de ingestão. Então, a dica é ficar sempre atento e acompanhar as crianças durante a brincadeira.
Fonte: Zero Hora