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microbiológico. O método utilizado não só deve ser validado, mas é necessário levar em consideração o
tipo do produto e a sua utilização. Recentemente, os testes simulando o uso dos produtos de HPPC (in-use
tests) estão adquirindo importância.
Um ponto muito importante sobre os testes de desafio microbiológicos é que, até o presente momento,
não há consenso num método harmonizado, de forma global. A norma ISO 11930:2012 “Cosmetics —
Microbiology — Evaluation of the antimicrobial protection of a cosmetic product”, é específica para
produtos de HPPC, encontra-se em fase de discussão final, e é possível que venha a se tornar uma norma
harmonizada para este setor.
Diferentes métodos oficiais e normativos apresentam pequenas variações de procedimento, que serão
apresentadas a seguir.
Um levantamento realizado por Anon (1990) indicou que nos EUA, 78% utilizavam a metodologia CTFA
modificada. As modificações mais frequentes envolvem o uso de microrganismos adicionais, desafios
múltiplos, aumentoda concentraçãodemicrorganismos inoculados e critériosmais rigorosos de aprovação.
Somente 3% utilizavam o método conforme publicado. A metodologia USP estava adotada por 19% das
empresas, e a norma ASTM não havia sido adotada por nenhuma empresa.
A metodologia USP 37, está orientada conforme as 4 categorias dos produtos compendiais, sendo a que
mais aproxima da aplicação cosmética e em domissanitários é a Categoria 2.
•
Categoria 1:
Injetáveis e parenterais, incluindo medicamentos estéreis, nasais e oftálmicas.
•
Categoria 2:
Produtos de uso tópico, em base aquosa, produtos não estéreis e emulsões,
incluindo as de aplicação em mucosas.
•
Categoria 3:
Produtos orais, exceto antiácidos, preparados com bases ou veículos aquosos.
•
Categoria 4:
Antiácidos preparados com base aquosa.
7.4.1 Nível de Inóculo
O inóculo para o Challenge Test é constituído de uma suspensão, em solução salina ou água estéril, das
células microbianas, preparada a partir de uma cultura ativa, de 24 – 48h em superfície de Ágar (tubo
inclinado ou placas de Petri), do meio recomendado para cada microrganismo. A suspensão é ajustada
para uma contagem de 10
8
ufc.mL
-1
para as bactérias (Pseudomonas, Staphylococcus, etc.) e 10
7
ufc.mL
-1
,
para os fungos (Candida albicans, Aspergillus brasiliensis, etc.), usando técnicas como a densidade óptica
(DO
620
0,15 a 0,46 para suspensões celulares a 10
8
ufc.mL
-1
), por turbidimetria, ou por comparação visual
com os tubos padrões de McFarland.